O Tratado do Atlântico Norte foi assinado pelo presidente dos EUA, Harry S. Truman, em Washington, DC, em 4 de abril de 1949 e foi ratificado pelos Estados Unidos em agosto de 1949.

O Tratado do Atlântico Norte foi assinado pelo presidente dos EUA, Harry S. Truman, em Washington, DC, em 4 de abril de 1949 e foi ratificado pelos Estados Unidos em agosto de 1949.

A História da OTAN e a controvérsia dos gastos militares

Imagine um grande bairro, onde cada morador se compromete em manter a segurança desse bairro e todos se reúnem para proteger o bairro. Essa é, de certa forma, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança militar fundada em 1949, logo após a Segunda Guerra Mundial, em plena Guerra Fria. A ideia era simples: unir forças para evitar que o expansionismo soviético transformasse a Europa numa extensão da União Soviética.

O tratado foi assinado em Washington, D.C., por 12 países fundadores: Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos. A intenção era clara: formar uma aliança de defesa coletiva onde um ataque contra um membro seria considerado um ataque contra todos, uma espécie de “seguro de vida” contra agressões externas, especialmente da União Soviética.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte, mais conhecida como OTAN ou NATO em inglês, foi fundada em um momento crucial da história mundial. A razão de sua criação estava profundamente enraizada nos temores e incertezas da Guerra Fria, um período marcado pela rivalidade ideológica entre os Estados Unidos e a União Soviética. A Europa Ocidental, devastada pela guerra, via-se em uma posição vulnerável frente ao expansionismo soviético que prometia estender o comunismo pelo continente.

Com o tempo, a OTAN não se limitou a ser apenas uma resposta à ameaça soviética. Após o fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética em 1991, a organização enfrentou a necessidade de se reinventar. A partir da década de 1990, começou a se expandir, acolhendo novos membros do antigo bloco do Leste Europeu, como Polônia, Hungria e República Tcheca em 1999, e continuou a crescer.

Hoje, com 32 membros, a organização se estende como uma rede de segurança, um guarda-chuva nuclear, se preferir, que cobre quase toda a Europa e parte da América do Norte. Mas, como toda organização com diversos gastos, a OTAN tem seus próprios desafios e dinâmicas internas, especialmente quando se trata de dividir as contas.

O Orçamento da OTAN: Quem Paga a Conta?

O financiamento da OTAN é uma questão complexa e frequentemente debatida. Cada país membro é responsável por financiar suas próprias forças armadas, mas também contribui para o orçamento comum da aliança, que cobre despesas operacionais e projetos conjuntos. Essas contribuições são calculadas com base no Produto Interno Bruto (PIB) de cada nação, buscando uma distribuição proporcional dos custos.

Em 2024, os gastos combinados em defesa dos países europeus membros da OTAN e do Canadá aumentaram 20% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete uma resposta às crescentes tensões geopolíticas, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. Os 32 membros da aliança gastaram em 2024 o valor de US$ 1,47 trilhão.

Os Estados Unidos desempenham um papel central no financiamento da OTAN, sendo o maior contribuinte individual. Em 2024, os EUA destinaram aproximadamente US$ 968 bilhões para a defesa, representando cerca de 3,38% do seu PIB. Este valor corresponde a aproximadamente 68% do total dos gastos militares da aliança.

A disparidade nas contribuições tem sido uma fonte de tensão. O presidente Donald Trump, desde seu primeiro mandato, tem pressionado os aliados a aumentarem seus gastos com defesa. Em 2025, ele reiterou essa demanda, sugerindo que os países membros elevem suas despesas para 5% do PIB, argumentando que os EUA carregam uma carga desproporcional na aliança. É ai que vem o problema com a divisão dos gastos para manutenção e crescimento do orçamento para defesa em toda a região.

Enquanto alguns países, como a Polônia, já investem cerca de 4,12% do PIB em defesa, outros, como a Itália, contribuem com aproximadamente 1,49%, ficando aquém da meta atual de 2%. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, afirmou que atingir a meta de 5% seria “impossível para quase todas as nações do mundo”.

Como parcela do PIB, Polônia (4,1%), Estônia (3,4%), EUA (3,38%), Letônia (3,2%) e Grécia (3,1%) gastam mais, enquanto Alemanha (2,1%), Espanha (1,3%), Eslovênia (1,3%), Luxemburgo (1,3%), Bélgica (1,3%) e Canadá (1,4%) gastam menos.

Diante desse cenário, surge a pergunta: como equilibrar a necessidade de uma defesa robusta com as realidades econômicas de cada nação?

A Pressão Americana por Mais Contribuições

Aqui surge uma pergunta: por que os EUA estão sempre batendo na tecla de que os outros países precisam contribuir mais? Os EUA têm argumentado que a segurança coletiva não pode ser um fardo desproporcional para um único membro. Houve um acordo em 2014 de que cada país deveria gastar pelo menos 2% do seu PIB em defesa. Mas, quem realmente cumpre isso?

Agora, vamos ao presente. Em 2025, Donald Trump, de volta à presidência, tem sido bastante vocal sobre isso. O Secretário de Defesa dos EUA, ecoando Trump, foi além, sugerindo que 2% não é suficiente e que deveria ser 5%. “Paz através da força”, ele disse, como se a segurança fosse uma moeda que você precisa investir para ter retorno.

A Geopolítica Atual e a OTAN

A guerra na Ucrânia trouxe à tona a importância da OTAN, mas também os seus desafios. A Rússia, com Putin no comando, vê a expansão da OTAN como uma ameaça direta, especialmente com a Finlândia e a Suécia juntando-se recentemente.

A China também entra nessa equação, não como uma ameaça militar direta, mas como um poder crescente que influencia a estratégia global. A OTAN está se perguntando: “Como lidamos com um gigante que não está na nossa porta, mas pode mudar o tabuleiro inteiro?”

As palavras de Trump e seus aliados podem ser vistas como um despertador para os membros que ainda não levaram o compromisso a sério. Mas, será que essa abordagem direta e, digamos, “polêmica” vai fortalecer ou enfraquecer a aliança?

Fonte: Organização do Tratado do Atlântico Norte – Wikipédia, a enciclopédia livre / Defence Expenditure of NATO Countries (2014-2024) / How much is each NATO country spending on its military in 2024? | Al Jazeera / Ministros da Defesa da Otan se reúnem em meio a anúncio recorde de gastos militares / O que é a NATO? / Otan anuncia gasto militar recorde em 2024, após ameaças de Trump / Otan rejeita meta de Trump de 5% do PIB para defesa / Otan vai “turbinar” gastos com defesa com Trump na Presidência, diz chefe | CNN Brasil

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