Progresso Americano, 1872, de John Gast. Esta pintura é uma representação alegórica do Destino Manifesto. Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada como Colúmbia, (uma personificação dos Estados Unidos do século XIX)

Progresso Americano, 1872, de John Gast. Esta pintura é uma representação alegórica do Destino Manifesto. Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada como Colúmbia, (uma personificação dos Estados Unidos do século XIX)

Destino Manifesto: A Ideia que Moldou os EUA

Como uma crença de ‘missão divina’ impulsionou conquistas, guerras e um legado que ainda ecoa nos dias de hoje

Você já ouviu falar no Destino Manifesto? Se o nome soa grandioso, é porque ele realmente é. Trata-se de um conceito que moldou os Estados Unidos como conhecemos hoje. Basicamente, era a crença de que os americanos tinham o “destino” dado por Deus de expandir seus territórios por toda a América do Norte. Mas, calma aí… de onde surgiu essa ideia? E por que ela teve um impacto tão grande? Vamos conversar sobre isso.

Primeiro, imagine os EUA lá no século XIX, ainda engatinhando como nação independente. O país estava crescendo como uma criança faminta, mas não só de território. Era uma fome por poder, recursos, influência. Nesse cenário, o Destino Manifesto apareceu como aquela justificativa quase “mágica” que as pessoas adoram quando querem fazer algo grandioso (ou questionável). A ideia foi popularizada em 1845, pelo jornalista John L. O’Sullivan, que disse que os americanos tinham o direito — e até o dever — de ocupar terras de costa a costa. Segundo ele, isso era um plano divino.

Agora, vamos parar um segundo. Por que “divino”? Por que não “humano”? Dá para perceber o peso dessa retórica? Trazer Deus para o discurso era (e ainda é) uma estratégia poderosa. Quando algo é visto como sagrado ou inevitável, fica difícil contestar. Quem vai querer ir contra a “vontade divina”, certo? Essa foi a chave para transformar uma ambição territorial em um movimento quase religioso.

O Destino Manifesto foi, por um lado, o motor de grandes feitos. Os americanos não só expandiram suas fronteiras, mas também conectaram o país com ferrovias, criaram novas cidades e impulsionaram a economia. Mas, e aqui vem o grande “porém”: isso teve um preço. A expansão dos EUA não aconteceu num mapa vazio. Ela envolveu conflitos brutais com povos indígenas, que já estavam ali há séculos, além de guerras com o México e até divisões internas sobre a escravidão.

Aliás, falando nisso, já reparou como é curioso (e desconfortável) que o Destino Manifesto tenha sido usado como justificativa para práticas tão violentas? Parece que, em nome de um “destino inevitável”, muita coisa terrível ficou “perdoável”. Não é estranho pensar como uma ideia tão simples — expandir o território — pode ser revestida de uma aura quase mística para justificar guerra, expulsão e até genocídio?

E o que dizer da economia? A expansão territorial trouxe riquezas, mas também desigualdades gritantes. O sul dos EUA usou a expansão para ampliar as plantações de algodão — e, consequentemente, a escravidão. O norte, por outro lado, via a expansão como uma chance de consolidar o capitalismo industrial. Essa disputa de interesses, alimentada pelo Destino Manifesto, não plantou as sementes da Guerra Civil? Parece um “destino” bem complicado, não acha?

Mas talvez o ponto mais interessante — e assustador — do Destino Manifesto é que ele não ficou preso ao século XIX. Ele evoluiu. Basta olhar para a política externa dos EUA no século XX. A ideia de que os americanos têm um papel especial no mundo, de “levar liberdade e democracia”, é uma versão moderna desse mesmo pensamento. Só que, agora, em vez de territórios, a expansão é de influência.

Isso levanta uma série de perguntas. Será que o Destino Manifesto foi apenas uma desculpa para a ambição de poder? Ou será que, de fato, acreditava-se nessa “missão divina”? E mais: até que ponto ideias como essa, carregadas de idealismo, justificam ações que, no fundo, causam sofrimento?

No fim das contas, o Destino Manifesto é um daqueles temas que nos faz refletir sobre os limites entre fé, ambição e moralidade. Foi uma ideia que construiu um império, mas que também deixou um rastro de destruição. Um daqueles casos em que a frase “os fins justificam os meios” parece estar estampada em cada pedaço da história.

E você, o que acha? Será que estamos vivendo novas versões do Destino Manifesto no mundo de hoje? Porque, honestamente, parece que essa história de “destino” ainda está bem longe de acabar.

Fonte: Doutrina do destino manifesto – Wikipédia / Destino Manifesto: o que foi, contexto, expansão – Mundo Educação / John L. O’Sullivan – Wikipédia

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