RAY DALIO

As Ideias de ‘A Ordem Mundial em Transformação’, de Ray Dalio

Acabei de ler A Ordem Mundial em Transformação: Por que as Nações Têm Sucesso ou Fracassam, do Ray Dalio, e, sério, é um livro muito interessante. Não é só para economistas ou gente que vive no mercado financeiro — é para qualquer um que já se perguntou: “Por que o mundo está tão instável? Para onde estamos indo?” Dalio, que construiu um império de investimentos na Bridgewater Associates, entrega um guia claro sobre como nações sobem, caem e se transformam. Neste post, quero dividir com você o que me marcou no livro, por que ele é tão relevante e o que suas ideias dizem sobre a geopolitica atual.

Dalio olha para a história como um grande ciclo, uma sequência de padrões que se repetem. Ele estudou séculos de dados — dos holandeses no século XVII à China de hoje — para entender o que faz uma nação brilhar ou desmoronar. O que ele propõe é simples: impérios, economias e poderes globais seguem trajetórias previsíveis, movidas por riqueza, força militar, educação e, claro, política.

O Grande Ciclo de Ascensão e Declínio
Dalio acredita que toda grande potência passa por um ciclo previsível: começa com inovação e trabalho duro, alcança o topo com riqueza e influência, e depois enfrenta declínio por problemas internos e competição externa. Ele mede isso com indicadores como PIB, força militar, educação e reservas financeiras. Um exemplo? Os EUA, que dominam desde a Segunda Guerra Mundial, mas agora lidam com dívidas crescentes e divisões políticas. Enquanto isso, a China avança, investindo em tecnologia e infraestrutura. O que faz uma nação chegar ao topo? E o que a impede de se manter lá? Dalio sugere que o sucesso exige equilíbrio entre crescimento e estabilidade, mas poucos países conseguem sustentar isso.

O Dinheiro como Eixo do Poder
Para Dalio, a moeda de um país é o coração de sua influência global. Quando uma nação tem a moeda de reserva mundial — como o dólar hoje —, ela pode pedir empréstimos baratos e ditar regras no comércio. Mas abusar disso, com dívidas excessivas ou impressão desenfreada de dinheiro, erode a confiança. Ele chama isso de “ciclo de capital de longo prazo”. Já reparou como o dólar aparece em quase toda transação global? O que acontece se outra moeda tomar esse lugar? Dalio aponta que essas transições, como da libra esterlina para o dólar, são momentos de grande instabilidade (já escrevemos sobre isso aqui).

A Saúde Interna de uma Nação
Dalio enfatiza que o destino de um país depende de sua capacidade de se organizar internamente. Educação, inovação e coesão social são os alicerces do progresso. Mas desigualdade extrema, corrupção ou polarização podem desmoronar tudo. Ele cria um “índice de saúde interna” que avalia fatores como qualidade educacional e confiança nas instituições (o livro do economista ganhador do Nobel 2024, Acemoglu ‘Por Que as Nações Fracassam?’ retrata bem isso). O Brasil, com suas desigualdades e debates políticos acalorados, está construindo ou corroendo sua força interna? Para Dalio, nações que ignoram esses sinais internos tendem a perder o ritmo frente aos concorrentes.

A Competição Global e o Choque de Culturas
Dalio vê o mundo como um palco de competição, onde nações com valores e sistemas diferentes disputam influência. Ele analisa como diferenças culturais — por exemplo, o coletivismo chinês versus o individualismo ocidental — moldam estratégias nacionais (já escrevemos sobre isso aqui). Quando uma potência entra em declínio, outra com uma abordagem diferente pode subir. Será que o modelo chinês, com planejamento estatal, vai superar o modelo ocidental, mais descentralizado? Essa disputa, segundo Dalio, define a nova ordem mundial.

Ele usa gráficos claros, histórias que foram marcantes — como a queda dos holandeses por complacência ou a ascensão chinesa pós-reformas — e não te sufoca com jargões.

Os ciclos que Dalio descreve influenciam o preço do que compramos, a segurança do nosso emprego, as oportunidades que teremos. Se o dólar enfraquecer, o custo de produtos importados sobe. Se o poder global pender para a Ásia, novas portas se abrem — mas também novos riscos. E se nossas divisões políticas piorarem, podemos ficar parados enquanto o mundo avança.

O autor argumenta porque EUA e China vivem em atrito, por que se fala tanto em criptomoedas ou como o Brasil pode se posicionar num mundo que não tem mais um dono claro. Você acha que estamos preparados para aproveitar essas mudanças ou só reagindo ao que vem? Conhecer esses padrões nos dá mais clareza para decidir — seja na hora de investir, planejar o futuro ou escolher em quem votar.

Sobre nossa atualidade

Os EUA enfrentam uma dívida que já ultrapassa 35 trilhões de dólares e uma política tão dividida que parece um Fla x Flu no Maracanã. A China, por outro lado, expande sua influência com projetos como a Iniciativa Cinturão e Rota, enquanto nações como Brasil e Índia buscam seu espaço, usando recursos e diplomacia para ganhar mais protagonismo nesse mundo multipolar.

Nossas divisões políticas e desigualdades são como pedras no caminho do progresso. O que nos une hoje é mais forte do que o que nos separa? Globalmente, o dólar ainda é rei, mas criptomoedas e moedas digitais, como o yuan chinês, começam a desafiar o jogo. Se Dalio estiver certo, estamos caminhando para um mundo multipolar, onde o poder se espalha entre várias nações.

Quem souber se adaptar — aprendendo, diversificando, apoiando políticas que invistam em educação e inovação — pode encontrar oportunidades. Mas há riscos: crises econômicas, tensões comerciais, até conflitos. Você acha que o Brasil está olhando para esses sinais ou apenas apagando incêndios?

Se você está curioso para entender por que tudo parece tão instável ou quer se preparar para o próximo capítulo, esse livro é um ótimo começo. Leia, reflita e observe — os ciclos que Dalio descreve estão acontecendo agora, bem na nossa frente.

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